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Foto: Nathália Schneider
No flag football, para impedir que o adversário avance, basta retirar uma fita que o atleta usa presa na cintura
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Talvez você ainda não tenha ouvido falar sobre o flag football. Em um palpite inicial, alguns diriam que tem relação com o futebol, esporte mais tradicional do Brasil, pela semelhança das palavras. Eu diria que essa resposta está parcialmente certa. O flag football é uma variação do futebol americano. Inclusive, dizem que os dois são primos. Para entender melhor essa relação nada melhor do que uma analogia: o flag está para o futebol americano, assim como o futsal está para o futebol de campo. E se você de fato nunca ouviu falar da modalidade, terá a oportunidade de conhecê-la nos Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles.
Na última segunda-feira, o Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou a inclusão de cinco novos esportes para a edição das Olimpíadas que serão disputadas na cidade norte-americana. Além do flag football, entrarão no rol de disputas: críquete, squash, beisebol/softbol e lacrosse.
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Em Santa Maria, a equipe feminina do Soldiers é uma das referências do flag gaúcho. Fundado em 2017, coleciona participações e títulos em torneios estaduais. Kelly Veiverberg, atleta e atual comandante técnica do Soldiers flag football, comemora a admissão da modalidade nas Olimpíadas:
– É muito importante porque mostra um reconhecimento do esporte. É mais uma janela para que os times sejam mais vistos. Hoje nós temos campeonatos regionais, estaduais e nacionais, mas ainda assim é pouco visibilizado. Não há transmissão de jogos, por exemplo. Então, trazer isso para dentro dos Jogos Olímpicos vai favorecer muito o desenvolvimento do esporte.
Kelly conta que a inclusão do flag nas Olimpíadas foi motivo de comemoração para as jogadoras em Santa Maria:
– Subimos um degrau que vai trazer muito retorno para nós. Principalmente no Brasil, onde enfrentamos muito problema de falta de espaço e preconceito, tanto com o esporte feminino, quanto com esportes não habituais – afirma.
Flag football x futebol americano
Na essência, as duas modalidades têm o mesmo objetivo. Avançar com a bola pelo território adversário e marcar pontos, chamados de touchdowns. A principal diferença entre eles está no contato físico.
No futebol americano, para parar uma jogada é preciso derrubar o adversário no chão. Essa regra do jogo faz com que os atletas precisem utilizar coletes e capacetes durante as partidas para proteção.
Já na versão adaptada, para impedir que o adversário avance, basta retirar uma fita que o atleta usa presa na cintura, chamada de flag. Por essa razão, o esporte tem menos contato físico, não sendo necessário o uso de equipamentos de proteção, além de um protetor bucal. No flag o contato se assemelha a outros esportes, como o basquete.
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Outra diferença entre as duas modalidades está no número de atletas em campo. Enquanto na versão original são 11 para cada lado, no flag são cinco jogadores em cada equipe. Existem outras possibilidades de disputa, podendo ser 6x6, 7x7 e etc. Mas de acordo com as regras da Federação Internacional de Futebol Americano (Ifaf), o padrão em competição é o 5x5. Por serem menos pessoas envolvidas, o campo também é menor.
O field goal, forma de pontuar no futebol americano por meio de um chute, não existe no flag football 5x5. Assim, ao marcar um touchdown, que vale 6 pontos, o time pode marcar um ou dois pontos extras. Ao optar por um ponto, se parte da linha de cinco jardas e deverá ser uma jogada de passe. Ao escolher a tentativa de pontuação dupla, a jogada será na linha de 12 jardas. Nesse caso, a equipe decide se quer passar ou correr com a bola oval.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS | ||
Futebol americano | Flag Football (5x5) | |
Número de atletas | 11x11 | 5x5 |
Jogada parada | Derrubando o adversário, o chamado tacke | Arrancando a fita da cintura do adversário |
Equipamento proteção | Ombreiras, capacetes e protetor bucal, principalmente | Protetor bucal |
Campo | Comprimento: 120 jardas (109,7 m) Largura: 53,5 jardas (49 m) | Comprimento: 70 jardas (64 m) Largura: 25 jardas (22,90 m) |
Field goal (chute) | Sim | Não |
Ponto extra | Chute (1 ponto) ou conversão de 2 pontos (passe ou corrida) | Conversão de 1 ponto (passe da linha de 5 jardas) ou conversão de 2 pontos (passe ou corrida na linha de 12 jardas) |
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Oportunidade no Soldiers flag football
Para quem deseja entender mais sobre o esporte, o Santa Maria Soldiers está em processo de reestruturação de elenco.
– Estamos em busca de novas atletas e de uma comissão técnica, já que hoje é formada pelas próprias jogadoras. Muitas atletas saíram recentemente e estamos buscando recompor o elenco – explica Kelly.
Para participar, basta procurar as redes sociais do time e manifestar interesse ou ir até o campo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) durante os treinos do elenco. Os únicos pré-requisitos são vontade de aprender e dedicação.
– Fui assistir a um jogo do Soldiers masculino e descobri que existia um time feminino também. Gostei tanto da energia que me inscrevi na seletiva. Eu não sabia o que era o flag, nunca tinha jogado nem assistido a um jogo. O time é muito parceiro e me ensinou tudo. É maravilhoso – conta Lucila Morin, que ingressou no time em agosto.
Aperfeiçoamento
Neste final de semana, a Seleção Feminina de Flag realizará, em Curitiba, no Paraná, um training camp aberto, evento que visa aumentar o nível das atletas de todo o país. As participantes poderão desenvolver seu jogo tendo como base os treinos da seleção.
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A quarterback Manuela Kelling vai representar o time santa-mariense:
– Eu vou para o evento para aprender mais sobre a função de quarterback. Aqui em Santa Maria, o esporte ainda carece de infraestrutura e capacitação. Temos que buscar conhecimento através de outros meios. Esses treinos abertos são bem importantes para quem quer buscar aperfeiçoamento que não há no interior, por exemplo. É uma oportunidade muito boa.
Em 2021, foi realizado em Israel o Campeonato Mundial Feminino. O Brasil terminou em quarto lugar.